Na continuidade das ações em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, lembrado no dia 1º de dezembro, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que vem realizando várias atividades no decorrer da semana, iniciou esta semana a Oficina de Capacitação em Profilaxia Pós-Exposição e Profilaxia Pré-Exposição ao Vírus HIV.
O evento, que acontece durante todo o dia, no auditório da Secretaria da Fazenda (Sefaz), conta com a parceria do Ministério da Saúde (MS), que enviou técnicos da área para reforçar as atividades de capacitação junto aos profissionais que atuam no combate ao HIV/Aids no estado. A atividade é voltada para médicos, enfermeiros, farmacêuticos e assistentes sociais de todas as regionais de saúde do Acre.
“Estamos dando continuidade à agenda da semana de luta contra a Aids, a nível de gestão, para que em parceria façamos todas as atividades que estão preconizadas no calendário do Ministério da Saúde em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Essa é a primeira oficina de muitas que ainda vão vir. A ideia é a gente fazer com que a oferta da PrEP, que é a profilaxia pré-exposição ao HIV, seja ofertada em todos os municípios. No Brasil, o Acre é o único estado que ainda não oferta a PrEP HIV”, observa Suilany Souza, da área técnica DST/HIV/Hepatites da Sesacre.
Ainda de acordo com a técnica da área de DST/HIV da Sesacre, a atual gestão já busca, junto ao Ministério da Saúde, ofertar a profilaxia pré-exposição ao HIV, um novo método de prevenção à infecção pelo HIV que impede que o vírus causador da aids infecte o organismo, antes mesmo da pessoa ter contato com o vírus.
“Recebemos o chamado do MS, que entende que essa dívida com a PrEP é da gestão anterior, que deveria ter implantado a profilaxia no estado. Enfim, não importa o que aconteceu para trás, importa é o que temos que fazer daqui para frente, correndo contra o tempo porque temos metas pactuadas com o Brasil, metas pactuadas com o mundo e nós, estados, temos metas pactuadas com o Distrito Federal. O Acre, nessas metas de oferta de profilaxia e prevenção, é o único que ainda não oferta a PrEP. Porém, já estamos correndo para reverter esse quadro, sabendo que temos muito trabalho pela frente não só com a PrEP, mas com outras ações que deveriam ter sido implantadas e não foram, a exemplo do Plano Amazônico, que não aconteceu, e a descentralização dos medicamentos de hepatite, que ainda precisa ser trabalhada”, pontua.
De acordo com dados da Saúde, no período de 2014 a 2017, houve um crescimento de mais de 29% no coeficiente de mortalidade no Acre, que passou de 2,7 para 3,5 óbitos por 100 mil habitantes. Já em relação aos casos, desde o ano de 2014, observa-se redução da taxa de detecção de aids no estado. Eram 9,1 casos por cada 100 mil habitantes, em 2014, e, em 2017, são 8,8 para cada 100 mil habitantes, o que representa uma redução de 3,2%.
Atualmente tem ocorrido um crescimento proporcional do número de casos de HIV na população do sexo masculino. No estado do Acre, a razão está três casos em homens para cada um em mulheres. A faixa etária em que a aids é mais incidente, em ambos os sexos, é de 25 a 49 anos de idade. Chama a atenção a análise da razão de sexos em jovens de 13 a 19 anos. Essa é a única faixa etária em que o número de casos de aids é maior entre as mulheres.
Na Semana de Luta Contra a Aids, que vem sendo realizada desde o dia 28 de novembro, os serviços de saúde vem alertando a comunidade sobre a importância do uso do preservativo e incentivando que os adultos façam o teste rápido, por meio da campanha de mobilização local.